Pensamentos sobre o ato de escrever...***

A palavra é um momento, jamais qualquer momento.

A escrita é um vôo panorâmico de 360º graus sobre todas as possibilidades de significados da palavra.

O escritor não é feito somente dos conceitos, os conceitos são apenas: alicerces para o escritor.

A arte poética é irmã da palavra verdadeira e não se apresenta como um “ente” desprovido de interioridade.

Escrever não é conhecimento apenas, escrever é a alma de Deus nas pontas dos dedos.

Não é preciso ser poeta para escrever um verso, porém, é preciso colocar a alma para senti-lo mais intenso e emocional.

Pensar-se poeta não retira de nós a responsabilidade de (re)aprender diariamente o ofício do verso.

Não necessariamente o bom escritor para o leitor é o profissional das Letras. Necessariamente o bom escritor é o que se dedica ao bem cultivar das letras que cria, lendo, estudando, sentindo e escrevendo com o coração.

Não se precisa de fama para sentir-se realizado como escritor; um leitor que nos compreenda e que nós consigamos torna-lo melhor já é o suficiente, mesmo que este leitor seja você mesmo lendo o que você mesmo escreveu.

Sem coração e amor a palavra torna-se uma mera desconhecida da alma humana.

O poeta não precisa ir além de si mesmo para agradar; porém, ele precisa buscar, diariamente, conhecer a si mesmo para que o poema nasça com a força de um sentimento verdadeiro e transformador.

Nenhuma palavra está preparada para ser unânime. Nenhum escritor é obra acabada, nem o poeta profissional. Somos responsáveis pelo conteúdo expresso através das palavras.

A palavra não se faz mais bela por ser difícil e sim pela capacidade de tornar-se bela quando o coração está presente e o escritor a quer consigo.

Talento não é bom Português, somente. Talento é tão diverso que nasce em pessoas de níveis educacionais diferentes com a mesma intensidade.

A poesia não é apenas uma armadura, uma máscara onde se escondem conhecimentos e intertextos, a poesia é, acima de tudo, criatividade.

O poeta não será maior apenas por conhecer Dante, Petrarca, Camões ou Shakespeare, será maior se a sua originalidade for visível.

Nenhum escritor está imune as críticas. Só será escritor de talento quem souber crescer como ser humano e como escritor diante das críticas, mesmo na mais contrária das críticas. Quem tem cuidado na expressão, ao menos, receberá o respeito (silêncio) do leitor, mesmo que este não concorde ou não goste de nada do que leu.

A responsabilidade para com as palavras escolhidas no poema é essencial. Imaginemos o leitor precisando acreditar na Vida e nós poetas veiculando que a Morte é a única saída. É preciso escrever com cuidado para semear a esperança e levar o bem para as pessoas. Mesmo triste, jamais, o verso deve ser partidário da impossibilidade de transformação da realidade vivida. (Lembremos: existem pessoas propensas a atos de desespero extremo, como o suicídio. A leitura de um poema pode tanto fortalecer a idéia do suicídio como o contrário, trazer esperança para a Vida da pessoa que nos lê).

O poema que fica é um bem Eterno para a humanidade, jamais: uma efêmera glória, através da fama do poeta em Vida.

O poeta não precisa de glória nem de fama todavia precisa de humildade, ética, trabalho, alma e muito amor e verdade no coração.

Escrever não tem direção forjada. Escrever é um desígnio de Deus! Não se deve elaborar um texto pensando no leitor ou leituras e sim, na particular necessidade da escrita, inerente a cada poeta em busca do seu próprio desnudar.

(Alexandre Tambelli, São Paulo, 26 de janeiro de 2008 - 03:13h).

*** Amigos e amigas queridos... Estes pensamentos são apenas idéias, particulares, que eu tenho em relação ao ato de escrever... apenas a minha forma de pensar e agir quando escrevo! Sujeitos estão a modificar-se conforme as experiências vivenciadas em sociedade, no decorrer da minha Vida e, que com toda certeza, serão capazes de mostrar caminhos diversos para eu seguir meu pensamento...

Bom final de semana, abraços e beijos, Alexandre! Fiquem com Deus...

Alexandre Tambelli
Enviado por Alexandre Tambelli em 26/01/2008
Reeditado em 22/03/2008
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