No Jardim da Mente

A infantil mente é levada pela mão invisível,

dedos contaminados com o medo, infantil também.

Percorrem sendas...

Os melhores surtos da tinta fresca

ainda estão nas telas, nos olhos que choram,

uma guerra contra a luz, morte às cores.

Preto e branco são eles, os filmes que passam,

na velocidade, não da luz, mas da lembrança...

No divã fica mais fácil, mais adequado à perspectiva do mundo.

De lá dá pra ver o que não se pode imaginar, além do dia,

do quotidiano, das pernas que passam pela estação.

São apenas mentes sobre pernas, vidas cheias de vontades,

desejos levados pelo impulso, pelo impulso do universo,

do cosmos que habita o coração, demasiado coração... humano!

As melhores batalhas acontecem aqui nesta caixa,

uma câmara escura, registrando o mundo ai fora.

Ai fora está o mundo, aqui dentro estão os retratos da vida.

Entre um ouvido e outro respira e degusta a cena,

o movimento, o encontro marcado entre luz e sombra,

entre o dia e a noite.

No divã podem estar as imagens, os sons ou um livro aberto.

Das palavras que voam, apenas a verdade pousa no lugar certo.

A mente é uma criança levada pela invisível mão,

contaminando o medo com a sutileza da ingenuidade,

matando o tempo, na velocidade, tomada por empréstimo,

do impulsivo desejo infantil.

William Barter
Enviado por William Barter em 07/02/2008
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