No País das Maravilhas

Sexta-feira, 17 de Agosto de 2007

Entretanto, que lugar é esse? Parecia calmo, onde eles conversavam. Velhos amigos, velhas canções. Nem era ela, era qualquer coisa que a controlava. Mas espere, eram eles! Vivendo então num lugar tão completamente sem nexo. Absurdamente, observou abandonada ao longe, aquela, empurrada. Quando os olhares cruzaram-se. Poderia sentir-se ao mesmo tempo adorada ou criança de faz-de-conta, café-com-leite. Onde finge-se que as coisas não são. A Rainha do Palácio de Cristal e seu guardião kamikaze. Era ela, depois da volta. Era ela, a inteligência intrapessoal falha. Que sente? Que lugar é esse? Que felicidade pequena, mas existente! Acelerando os batimentos.

Um, dois, três.

Ah! Não, não, não!

Entretanto, que lugar é esse?! Onde eles falam tanta coisa! Onde eles riem à vontade. Os olhares cruzam-se com raridade. Precariamente. Sorrisos alternados, simultâneos, ele para a direita, ela para a esquerda. O pré-anunciado blefe prematuro.

Pretextos.

Subtextos.

Estranha facilidade. Desacostumada. Assustada. Estranha calma. Tão estranha que nem sabe se é de fato. Pode ser um blefe. E já nem entende-se mais. Estranha indiferença.

Mentira?

Verdade?

Um erro?

Entretanto, que lugar é esse? Tempo de partir? Melhor ficar para o mais tarde? Já esta ela querendo ficar, é preguiçoso sair. É tarde. É mentira. É pretexto. A calma é euforica. Mas que lugar estranho! Uma névoa o envolve. Não pode perder-se na alegria momentânea, feita de conhecida poeira. Alice-no-país-das-Maravilhas. Surrealismo. Afeto afetado.

-Está perdendo-se no jogo! Como pode vencer assim?!- gritou a voz- Reconheça o local, reconheça o inimigo! Você estudou-o! Você sabe o que ele espera!- A voz, a voz repetindo.

De fato não esta perdendo o jogo, mas perdendo-se no jogo. Entretanto que lugar é esse?!