Por Dentro De Um Demagogo

Mais uma noite vazia, com a lua lá em cima demonstrando estar nem ai pra mim. Um tiro a queima roupa, enquanto caminho no vazio que se fez aqui por dentro, os gritos ecoam por toda parte, e o medo vai cobrindo tudo de sonhos bons.

Logo percebo que tudo não passou de uma mera ilusão, e sonhos bons somem demonstrando a escuridão que me toma conta.

O medo me acompanha a cada passo, junto com a solidão, fiel escudeira de um demagogo. Ouço ás vozes do silêncio dizendo o que fazer a todo o momento, teimoso que sou nunca obedeço e sigo no caminho contrario do qual poderia ser o certo.

Portas com salas vazias por toda parte, algumas trancadas por não deixar abrir-las e outras enferrujadas por guardar lembranças muito antigas. O erro de viver das glórias do passado que impede de evoluir, de crescer e até de sumir junto com os pensamentos hilário que tenho a todo o momento que ouso olhar para dentro de mim.

Nas paredes em volta, quadros com retrato de todas as lagrimas que caíram, com a descrição do tamanho, do peso e do motivo. Nunca pensei que fossem tantas assim!

Em cada passo me surpreendo com o que vejo. Todas as falhas que cometi quando achava que sabia viver. Todas as feridas que fiz maltratando somente a mim mesmo, provocando um sentimento de culpa, de pessimismo.

Agora minhas pernas já não agüentam mais caminhar, no caminho pra fora percebo o lado bom, encontro a maquina usada para se fazer poemas, Bombeada pelos sentimentos e aquecida pelas palavras delicadas que são jogadas e transformadas no solo onde piso agora. E num curto prazo de tempo tudo voa junto com a poeira acumulada.

A mente vaga nas ilusões criada pelos nostálgicos sentimentos, assim que funcionam as coisas por dentro de um demagogo.