Um pensamento

Mais uma etapa que sobreviveu,

Na esperança de que tudo mude…

Ou que mude, apenas,

Aquilo que não satisfaz

Ou traz felicidade alguma.

E, novamente, surge o medo,

De mãos dadas com o futuro,

Pela aproximação do desconhecido,

Mais uma vez, da incerteza.

Sobre a mesa, encontram-se as cartas,

De face escondida, virada para baixo.

E a questão repete-se, vezes sem conta,

Num eco que entoa e canta dúvida

E receio.

E o jogo encanta, pelo risco

Que saboreamos com pavor.

Mas é uma delícia!

É um vício que sabe a vida

E vidra-nos naquele momento,

No pensamento que almeja

Um segundo eternamente feliz.

24 de Julho de 2005