Até quando, afinal?
Dizem que nada é pra sempre
Que as coisas não podem ser substituídas
Que o tempo pode amenizar tudo
E a distância pode ser mais longa
Pra tudo que ainda mora em você
A cada passo estamos mais pertos
De cada ser que é posto aqui
Perante a paciência de tudo e de todos
É assim que posso concordar
Com as coisas mais austeras
E que em certo momento se pode encontrar
Eu vejo uma luz de forma superficial
Se propagar em direções opostas
Por um tempo cíclico
Nas mais variadas formas
Às vezes nesse exato momento
Ao longe de qualquer estação
E ainda dizem que nada é pra sempre
Que cada homem deve sentir
Provar de tudo e deixar a vida fluir
Porém, sempre vai existir um porém
Que não vai nos deixar voar
Mas sei que em algum lugar
Muito além das limitações
Muito acima do que posso ver
Alguém fará a gente se transportar
Para a imortalidade do olhar
Um ser, alguém desconhecido
Que posso ser eu ou você
Que sonhou ser alguém
E sempre chegou a serem tantos
Sem nunca ter sido ninguém
Agora, alguém está só na multidão
Com os olhos reluzentes a fitar
Um mundo com novos horizontes
Pronto para romper os antigos laços
Algum dia no amanhã
Que ainda não se foi
Nós seremos libertados
Para além da morte
Pois nem tudo muda
Mas pode ser para sempre
A duração de uma vida
Para poder sair de si mesmo.