Persisto e não nego

Sou persistente mesmo. Já tem quase meio século que procuro

entender porque uma pessoa tem que ser padronizada.

Somos mutáveis, isto é ótimo. Mas daí a querer que cada

pessoa vire uma versão perfeita do que cada uma pensa ser a

perfeição, é um verdadeiro porre.

Já é tão difícil manter o padrão top model. Afinal, comer é

uma maraviiiilha. Mas não se pode comer muito não, mesmo

porque campo de nudismo nem sempre é tão próximo assim.

E roupas com o tamanho de gordo, impossível achar.

Este é apenas um problema.

O maior problema é ser. Ser gordo ou magro, ativo ou passivo,

é opção. Agora, ser bonzinho, concordado, recatado,

ponderado,convenhamos, isto é um saco! O melhor do ser humano

é ser único dentre zilhões de semelhantes. Taí, semelhantes.

Somos apenas semelhantes. Então por que não aceitar?

Na verdade, apenas questiono. O que mudaram(?) em mim é quase

imperceptível. Lá nas alturas, onde me escondo, sou

facilmente encontrada.Só que lá, poucos vão.

E só poucos permitam que eu fique.

Querem que eu sinta o chão, que tenha olhos para todas as

maldades humanas. Alto lá! Para que querem isto? Para que

deixar de ver o céu, estrelas, luas e sentir-me próxima ao

caos? Estou bem demais onde sempre estou... Meu olhar está

sempre muito mais próximo da beleza. E vou aceitando as

pessoas exatamente como são: algumas honestas outras nem

tanto, algumas piedosas, outras nem um pouco, algumas razão,

outras coração. Somos assim. Totalmente imperfeitos. E isto

não é bárbaro? Temos até opção de escolher com quem queremos

ficar. Basta não querer mudar ninguém. Sendo assim, os

simpáticos continuam simpáticos e os antipáticos continuam,

antipáticos. E eu me manterei distraída ou ausente ou aérea

ou sei lá o que dizem.

E em dizendo aérea, os anéis de Saturno estão mudados...

visão caótica ou mudança de óptica? Hummmmm, vou pensar...