...momentâneas conjecturas....

(É de se pensar como é estranho ter que se proteger de si mesmo. O não-controlar de partes interiores tuas, tão autônomas. É de se pensar como atitudes e vontades nem sempre são compatíveis. Momentâneas confusões.)

Agora quando penso que quero talvez seja tarde. O porque de escolher as dificuldades. Nem se parece. Percebo quanto passado domina meus pensamentos e ações. Definindo medos e comportamentos. Daquele com quem não tive medo de ir sempre à fundo. Que talvez porque era amor de verdade. (mesmo que de verdade seja pretensioso). Agora tudo é um confuso jogo de adivinhar com cautela, mesmo desnecessário para fim nenhum. Talvez a fim de estabelecer um sentido e um fechamento. A dificuldade atrai e gera aquele sentimento melancólico conhecido. Medo e fuga prováveis e calculáveis. Onde esta tua coragem? Aquele tão querido me falou de jogo e de apostas. Ele inocente e causador de tanta cicatriz, mas não por culpa dele. De ninguém. Ainda que sejam sempre faltas de caráter, minha tendência a ver a inocência, que sei, é tão verdadeira também. No fundo tudo se resume a mim mesma. E nem tanto aos outros. São vícios e temores, são resquícios dos anteriores, na realidade, todos partes minhas. Nem se sabe do fim. Nunca se sabe. A antecipação do erro é o maior erro. Não, o maior erro é pensar que há erro. Sigo meu instinto, mais, minha intuição. Não, sigo a vontade.

Elle Henriques
Enviado por Elle Henriques em 08/04/2008
Código do texto: T937289