Não há título

Suspeito que quero escrever pelo resto da minha vida. Não parece algo muito difícil, basta saber escrever e pronto, se pode escrever o que bem quiser até a véspera de sua morte, ou até o último instante antes dela. Mas talvez meu ego seja relativamente grande para não se atormentar com os cadernos engavetados e os arquivos esquecidos.

É, para mim, quase uma impossibilidade não escrever. Quando não papel ou computador por perto é quase num desespero que entro e começo a conversar com um interlocutor imaginário, como se este pudesse guardar meus pensamentos. E o pior é que os melhores pensamentos eu sempre acabo tendo que confidenciar apenas a esta pessoa que desconheço e que provavelmente se esquecerá deles tanto quanto eu.

Acho que de certa forma dependo das palavras que digo e que penso. Dói-me às vezes não ter tempo para elas, me dói muito...

PS: Este escrito foi interrompido pelo suposto imperativo do sono, suposto porque não o sinto, mas por minha mãe julgá-lo mais necessário que isto que sem perco a paz.