Ave Maria do Carreiro

As seis horas da tarde,

Quando o sino batia

Chamando pra oração

Na sagrada Ave Maria

O carreiro limpando o suor do rosto

Tirou da cabeça o chapéu

Caindo de joelho em terra

Orou pra Virgem, Mãe do Céu

- Mãezinha querida

Proteja os filhos meus

Dê a eles o carinho

Que sempre reclamei a Deus

- Nessa vida minha Rainha

Nunca tive facilidade

Só às custas de muito sacrifício

Que cheguei nessa idade

- Pra num vê os meninos sofrendo

Mandei eles pra cidade

Do lombo dessa tropa

É que eu tiro a faculdade

- Mas tenho tanta descrença

Dessa vida moderna na cidade

Onde não cabe mais o respeito

Nem existe lealdade

- Tanta coisa me entristece

E me deixa comovido

É filho abandonando pai

É mulher largando marido

- É homem sem vergonha

Deixando o serviço de lado

Agarrando na bebida

Vivendo às custas do fiado

- Moça nova se perdendo

Por troca de um tostão

Pai de família mendigando

Por falta de profissão

- Os políticos se corrompendo

Oh! Mãe Celeste tenha compaixão

Enriquecendo às custas

Do suor do cidadão

- Tenho medo que os meninos

Vendo tanta podridão

Se percam pela vida

Por isso imploro sua benção

Túlio Reis
Enviado por Túlio Reis em 19/01/2006
Código do texto: T101053
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