Fitinha branca

E eu alembro de ocê

Ino tão bunita,

Cum seu vistido de xita

Novim, novim, cumprado na cidade.

Nas suas mão balangava um rusaro,

Cum santim que o padre Genaro

Te deu e abençuô.

Alembro dos seus cabelo preso

Pur uma fitinha branca

E do coração ninguém arranca

A sordade que me amufina.

Ocê se foi pra bem longe

E ninguém sabe adonde

Ocê foi se iscondê.

Ai! A tristeza me machuca

Ao imaginá cumo te amei

E quantas vêiz inté sonhei

Tê ocê pra minha muié.

Tê suas mão maciinha

Sigura intrimei das minha

Que é grossa, mais sabe acarinhá.

Mais ocê se meteu a bacana,

Passô um batão na boca,

Saiu numa vaidade loca,

Ino imbora pra bem distante.

Levô inté o vistido de xita,

Dexô cumigo a branca fita

Pra inxugá a água do oiá.

Mais ocê vai vortá!

Nem que passe muitos Janêro

Vai alembrá desse cumpanhêro

Que inda tá te esperano,

Dibaxo do pé de manga,

Cum a mesma fitinha branca

incardida pelo meu prantiá.

Paulo Pazz
Enviado por Paulo Pazz em 20/10/2008
Reeditado em 02/06/2015
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