O SERTANEJO

Cinco horas..., madrugada...

No horizonte,ainda a lua enciumada,

Joga a prata,nos rochedos...

Clareando... é a aurora ,que vem chegando!

Põe a butina o rocero,

Espreguiça e fala mansinho...

Muié... tá na hora do café.

Come ,iscuitando o radim de pia,

Nutícias que chega di longi...

Dispois... dibruça à janela,

Oiando no horizonte...

Iscuita a Cotovia ,

Beija-flor e Bem-te-vis...

Uma cantiga..antiga...

Suave que nunca vi.

Muié , vai inté o paió...

Cata os ovos da carijó,

Pra um bolo ,perpara.

Saí do casebre o rocero...

A lida o convidô...

Pra enrica seu sinhô!

Pega o chapéu e o imborná...

Na vortá quero catá...

Argumas frutas por lá...

Pru meus barrigudinhos alimentá.

Na marmita do armoço tem...

... quiabim, torres... macachera,

Arroiz, feijão muito bâo...

No horizonte aparece o crepúsculo,

É o entardecer... que já vem...

Chicoteia a boiada... arravessa o riacho,

Di vortá pro seu palácio...

No casebre,nus braços da muié...

Dos guris, da viola...

Arranha as cordas... de ouvido...

E logo saí um acorde ... uma canção.

Os cumpadis e as cumadis

Vem chegano de fininho...

Afina o ouvido... iscuitano... a canturia.

Surgi logo o pandero...

A sanfona e o violão...e nesse nhéco...nhéco...

Virá então um bailão...

Anssim... vivi o rocero... nesse mundão de Deus.

Betinamarcondes
Enviado por Betinamarcondes em 29/10/2008
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