Vida Simples
Ele saiu de casa quando a manhã entrou iluminando o quarto escuro
Pegou seu chapéu de palhinha e correu para o campo
Quanta juventude em seu olhar inocente e caipira
Parou um pouco o seu duro trabalho e tirou um pouco d´ água da tina
Bebeu três goles e secou a boca molhada
Com a manga daquele trapo que ele chamava de camisa
Pegou sua inchada e voltou ao duro esforço diário
Olhou para o lado e se viu só no velho sitiozinho
Já passava das seis da tarde quando o sol começa preguiçoso voltar para cama
O velho homem toma sua última refeição do dia após aquele banho frio
Ao lado de sua velha companheira de batalhas e se prepara para dormir
Assim acaba mais um dia de uma vida que não espera pelo futuro que não vem
No dia seguinte o homem não se levanta ao amanhecer o que não era de costume
Enquanto o cheiro do café entupia os narizes naquela casa
Sua velha companheira se prostou de joelhos e começou a rezar e chorar
Era o fim de mais uma vida simples de um sertanejo brasileiro