A Criação (parte 1)
Gêneses Capitulos. 1 e 2
Parte 1
No começo os céus e a terra.
Era um profundo vazio.
E o espírito na estratosfera.
Pairava tremendo de frio.
Que haja luz! Isto feito ele viu.
O que até aquele momento não via.
E achando que era bom já decidiu.
Separar a noite no primeiro dia
A água separou em duas partes.
Isto em questão de segundos.
E chegou a hora do descarte.
Da noite e do dia segundo.
Juntem-se as águas debaixo do céu.
Formando uma parte enxuta.
Onde as plantas nasçam ao léu
Como arvores e batata enxuta
Satisfeito com sua obra
Cada planta em seu outeiro
Agora ninguém me cobra.
E encerrou o dia terceiro
Não sei de onde tirou
A luz do primeiro dia.
Se só no quarto Ele criou.
Os astros que alumia.
Com peixes encheu os mares.
Dando vida assim ao recinto.
Criou os pássaros nos ares
E acabou-se o dia quinto.
Dos animais Agora é a vez
Dos fracos e dos poderosos.
Vamos logo criar uma lei.
Os ruins comem os bondosos.
O sucesso era a esperança
Mas botando tudo num cesto
Fabricou sua a semelhança
E acabou o dia sexto.
Depois de muito cansado
Perdeu a vontade e o tesão.
O trabalho foi abandonado
No sétimo dia de produção.
Depois quando acordou
Depois de dias eu não sei
O homem no barro moldou
Esquecendo o outro que fez
Se no dia de número seis
Sua imagem já tinha feito,
Acho que para criar seus reis
Quis corrigir os defeitos.
No Éden Plantou um roçado
Onde nasciam rios perenes.
Plantou tudo para seu afilhado.
Mas também nasceu uma sirene.
Num belo jerimum foi instalada
Criou naquela hora o Pavê
Inteiro, pedaços ou em talhadas.
Dele ninguém podia comer.
Adão ficava olhando
Para aquela tão bela fruta
Enquanto Eva ia bordando.
A sua calcinha curta.
Um dia não resistindo
E com a calcinha já pronta
Disse não vou fica assistindo.
A tão imbecil afronta
Deu para Adão comer
E ele comendo gostou
E aprendendo o que é viver
Pela primeira vez pecou.
Feita foi a metade
Da metade de um osso.
Duas bandas, na verdade.
Uma cobra e um fosso.
Como era condição
O jerimum não comer.
O coitado do Adão
Ainda tentou se esconder.
Não adianta vagabundo
Pegue logo sua mulher
Se dane por esse mundo
Não vou lhe servir na colher.
Ti dei com todo gosto
Tudo, até meu amor.
Comerás o suor do teu rosto
E Eva sentirá mais dor.
Para justificar o ato.
Um réptil amaldiçoou
Viverás sempre no mato
E ai de quem tu picou.
Assim ficou condenada
Do jerimum a conseqüência.
Com dores, herança herdada.
Para Eva e descendência.
Sem querer pagar o pato
Adão ainda perguntou
Se não era para comer de fato
Pra que diabos ele criou.
Não quero conversa mole
Nem quero velo jamais
Cubra logo sua prole
Com peles de animais.
Suma logo da minha vista
Pela tua subsistência vele
A mulher será tua conquista
E a chibata para tua pele.
Sem sentir constrangimento
Por ela serás governado
Sem direito de ser ciumento
Mesmo sendo enganado.
A Eva ficou bem gorda
Com o jerimum na barriga
Mas dizendo, que se fôda.
Comprou a primeira briga.
Graças a Deus tive homem
Adão vai achar ruim.
Sou eu quem vai dá seu nome.
E sem combinar chamou de Caim.
Outros filhos eles geraram
No tempo que não tinha papel
Por isto só anotaram.
O de Caim, Sete e Abel.
Caim era um bigodete
Vivendo do que a terra dava
Macarrão e até chiclete
Comia o que plantava.
Abel comprou um rebanho
Na feira do paraíso
Não tinha dinheiro ganho
Quase perdia o juízo.
Quis pagar com um cordeiro
Do rebanho o primogênito
Matou como um cangaceiro
Mata seu próprio jumento.
Está foi a primeira morte
Que nos anais está escrita
A segunda foi muita sorte
E outro mundo conquista.
Cortada estavam as relações
Desde que comeram da fruta
Queriam reatá-la com doações
Uma longa e outra curta
Mas Deus disse não adianta
Querendo que fossem iguais
Não aceitava sangue de plantas
Só queria de animais.
A fonte do líquido quente
O agricultor não possuía
O único jeito era um parente
E no irmão fez a sangria
Por isto ficou conhecido
Pai dos homens que fedem
E com os filhos foi transferido
Para o leste depois do Edem.
Com medo de ser morto
Pediu um salvo conduto
Um sinal embora torto
Ou de fedor absoluto
Sete iriam ao mesmo eito
Da família que o matasse
Mas contando não tem jeito
Por mais que se contasse.
Acabaria com os homens
Pois sete era muita gente
Até sem saber dos nomes
Todos eram seus parentes.
E assim começou no mundo
A história que não tem fim
Foi com um castigo profundo
Que Abel matou Caim.
Continua: