SEM CHIQUÊRO ELEITORÁ
Defendo o Brasi caboco
cum mais voiz nas capitá,
votano de corda sôrta,
sem chiquêro eleitorá,
de cabeça alevantada,
matuto infruíno lá.
Mas porém vai sê possive
essas coisa acontecê,
na veiz de quando o sertão
votá certo, pra valê,
nuns mandachuva do povo
sem tê fome de pudê.
Só que nossos pai da pátria,
pensano nos seus umbigo,
passa no rabo os din’êro,
e num tem pão sem tê trigo,
pois eles, encheno as tampa,
é dos povo uns inimigo.
O meu Brasi capiau
abra os ói, cum atenção:
vem aí munto mão suja
cum “ficha limpa”, ladrão,
já qui as demais safadage
num se diz nas inleição.
Todo cuidadim é pouco
nesses tempo eleitorá,
e vosmecê num fuja
de um voto valorizá
– ele faz função de arma,
quando as inleição chegá.
Das urna, ali no buraco,
oh cidadões sertanejo
e tombém os praciano,
vamo as mão dá, no insejo,
ou seja, votá certim,
segundo os nosso desejo.
Fort., 06/05/2010.