NOIVA DI CHICO BENTU
 
 
Indesdi quanu nasci
Lá nu meu véiu sertão
Qui nu peitu decidi
Vivê cum munta imoção.
 
Quanu eu já tava minina
Tava nu grupu iscolá
Pela luiz qui mi alumina
Já disandei a sonhá
 
Quanu fiz dizesseis anu
Tive já um dizalentu
Num tava nem percuranu
Mi apareci Chicu Bentu
 
Rapaiz muitu ispeciá
Falava qui nem minêru
Cumecei a namorá
Mai foi u meu disispêru.
 
U seu jeitu tão docinhu
Di falá cumu caipira
Dispertava u carinhu
Dexava as muié “gira”
 
Foi u ciúme marditu
Qui u romanci atrapaiô
Meu Chicu Bentu bunitu
U ciúme num aguentô.
 
Ele fugiu ca Rosinha
na eguinha Filizberta
Sofrenu fiquei suzinha
Homi bunitu num presta.
 
Chicu Bentu hoji é casadu
Mai sua noiva cuntinuei
I  a liança du noivadu
Du dedu nunca tirei.

Rosinha pariu deiz filhu
Ficô véia i inrrugada
Faiz biscoitu di polvilhu
Quem vendi é a fiarada.
 
A vida feiz a vingança
Num percisei fazê nada
Mais guardei a aliança
Pra lembrá dessa inrascada.
 
Namorei muitus rapaiz
Minha vida num lamentu
Mai num sisquici jamais
Du marditu Chicu Bentu.


Texto publicado primeiramente no http://osertaoempoesia.blogspot.com/
A Voz do Sertão.
 
Um canto especial para quem curte poesias regionais. Um espaço criado pela maninha Milla Pereira.

Parabéns, mana. Sua iniciativa veio ao encontro do desejo dos apreciadores do caipirês.



Hull de La Fuente
Enviado por Hull de La Fuente em 28/10/2010
Reeditado em 31/10/2010
Código do texto: T2584122
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