Vida de Boiadeiro

A vida de boiadeiro

É levantar de madrugada,

Botar milho pras galinhas,

Tirar leite da Maiada,

Depois selar o cavalo

E ir atrás do boi perdido.

A vida de boiadeiro

É pra “cabra” destemido.

Essa vida é sofrida,

Mas é a minha preferida.

Foi Deus quem me pôs na mira.

Eta vida mais corrida!

Daqui não saio, ninguém me tira.

Vou pra roça ainda cedo,

Levo a lima e a enxada.

Logo que o sol esquenta

Sento e dou uma amolada.

Meio-dia a companheira

Traz a água e a marmita,

Na sombra puxo uma paia,

Se eu não acordar me grita.

Essa vida é sofrida,

Mas é a minha preferida.

Foi Deus quem me pôs na mira.

Eta vida dolorida!

Daqui não saio, ninguém me tira.

Chego em casa cansado,

Mas não implico com nada,

Se por acaso der tempo

Vou brincar com a molecada.

Gosto de banhar no “córgo”,

Lá a água é fresquinha,

Volto e vou sentar a mesa,

A bóia tá bem quentinha.

Essa vida é sofrida,

Mas é a minha preferida.

Foi Deus quem me pôs na mira.

Eta vida divertida!

Daqui não saio, ninguém me tira.

Dormir cedo é rotina

Pra agüentar vida puxada.

Se a “véia” tá contente

Dou um tapa na macaca.

Amanhã é mais um dia

Na vida de boiadeiro,

Não tem férias, nem domingo,

É assim o ano inteiro.

Essa vida é sofrida,

Mas é a minha preferida.

Foi Deus quem me pôs na mira.

Eta vida repetida!

Daqui não saio, ninguém me tira.

Edilson Biol
Enviado por Edilson Biol em 30/06/2011
Reeditado em 04/07/2011
Código do texto: T3065766
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