EM CASA DE "CABÔCO"! (UM É POUCO... DOIS É BOM... TRÊS? É DEMAIS!!!)

Pus na mesa a subsistência,
(parcimônia e paciência!...)
Um saleiro com sal de ouro em pó,
o sal é pra cura acurada na essência da alma,
como sal grosso, a não deixar-se dar um nó!
Mas, para desatar os nós de todos“nóis”.

Água de moringa e pote de barro
e, em sendo água pegada da talha,
tanto fez como tanto faz,
é água potável “friinha!” -
Gelo do natural
igual ao do elétrico refrigerador!
Bibianos com velas acesas, ambiente de princesa.

Sem esquecer as esteiras na sala,
varanda e corredor.
Rede que embala no vento e ao sabor do tempo!
O cachimbo ou o cigarro de palha...
Vez em quando uma binga com rapé s
e precisar
 desentupir a tralha na constipação do nariz!

A Toalha de mesa em pano da costa e fuxico
é branquinha rematada com sinhaninha,
feita de pano da costa e cochichos,
lavada no chafariz
com água de cheiro e folha de coara.
Deixa que o amigo Sol cura, sara!

E a viola pendurada já prontinha afinada,
"prumódi" o bode ou a cabra da peste ”tocá”
e as moça e os moço “dançá”!
Pés-de-valsa ou pede consertina,
contanto que, se tiver erro
que se conserte a menina!

Na lenha acesa, o ensopado de galinha caipira
pra se servir com farofa de ovo e manteiga
e pra abrir o apetite, aquela cachacinha!
“Farta” só o consentimento e o padre pra “casá”,
pois, já se vê que a casa é farta!
Vale muito a pena se "tentá"....

E depois dos nove "meis",
mais razão pra se brindar!
Cõenhe... Cõenhe... Cõenhe!
(Onomatopeia do choro de criança).
E  na casa de reboco do "caboco"
é assim: Um é pouco, dois é bom...
Três?... É demais!!! 
Antonio Fernando Peltier
Enviado por Antonio Fernando Peltier em 11/04/2013
Reeditado em 13/04/2013
Código do texto: T4235596
Classificação de conteúdo: seguro