Estrada Boiadeira

Voltei aos tempos de outrora

Fui às décadas primeiras

Volto ao lugar onde nasci

E vejo a estrada boiadeira.

Vejo o rio de águas mansas

Caudalosa e cristalina

Vejo as matas verdejantes

As baixadas, as colinas.

Vejo as folhas serenadas

O sol nascer, clareando

A passarada em euforia

Recebe o dia cantando.

Velha estrada boiadeira

Quantas boiadas em teu chão

Passaram em passos lentos

Recortando o meu sertão.

Recordo o som do berrante

Ecoando o seu repicado

Os gritos dos boiadeiros

E o barulho do gado.

Parece até que sinto o cheiro

Da boiada e da poeira

Sinto saudades do sertão

Da velha estrada boiadeira.

Martins da Viola
Enviado por Martins da Viola em 25/05/2007
Código do texto: T501181