Estrada Boiadeira
Voltei aos tempos de outrora
Fui às décadas primeiras
Volto ao lugar onde nasci
E vejo a estrada boiadeira.
Vejo o rio de águas mansas
Caudalosa e cristalina
Vejo as matas verdejantes
As baixadas, as colinas.
Vejo as folhas serenadas
O sol nascer, clareando
A passarada em euforia
Recebe o dia cantando.
Velha estrada boiadeira
Quantas boiadas em teu chão
Passaram em passos lentos
Recortando o meu sertão.
Recordo o som do berrante
Ecoando o seu repicado
Os gritos dos boiadeiros
E o barulho do gado.
Parece até que sinto o cheiro
Da boiada e da poeira
Sinto saudades do sertão
Da velha estrada boiadeira.