Tu mai Eu

Se ocê num fô minha

Se insistir em num me querê bem

E inveredá proutros lados

Só purque num tenho vintém

Vai desmantelá meu rumá

Destrambeano a paixão

Vai sê cuma uma chuva sem pingo

A rapa do juazeiro sem iscumá

O pé de mio sem pendão

Num azunere minha vida

Nem destempere meu coração

Sou inchamiado de querê pur ti

Que nem nim de bem-te-vi

Que se acha no sertão

Me adissolva dessa penitênça

Cum uns sim pronuciado

Uns cheiro, uns beijo nu cangote

E purvia talvei ocê se importe

E me queira do seu lado

E aceite esse querê

E diga sem amaigura

Poi sou rico de amô

Cuma as prantas e as fulô

Que cum as abeia se mistura

E quinem uma gotêra que pinga

Aceite sê minha rainha

Cuma imbuzada cum farinha

Uma cabrita que berra no mato

A calmaria do curso dum riacho

Diga que nasceu só pa sê minha

Lino Sapo
Enviado por Lino Sapo em 06/06/2015
Reeditado em 06/06/2015
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