PERDIDOS NO CERRADO (
(Noite de S. João)


É de noite...
Escura e sem Lua...
O Céu cheio de estrelas...
Um sonho de qualquer vidraceiro...
O quê, não acontece na Roça
Dentro duma moita
Numa noite linda de São João...
Fogueiras por todo lado
Namorados dançam
Bem abraçados
Arrasta pé e sanfona
Zoando com tanta vontade
Pedro e Rosinha rindo, se divertindo
Mas, é Goiás e, é no Roçado
Ou na terra
Da Flor do Cerrado...
Os vagalumes iluminam
Por todos os lados
Os caminhos...
Crianças capturam,
Fazem pequenas lanternas
E, pensam como é possível isso?
Essa luz dourada linda?
De repente vem
Aos montes
Um ataque de Sîriris
Os vagalumes correm, se escondem
Nas moitas, escapam das nuvens senão serão
Lanternas e jantares nos cupinzeiros...
Cupinzeiro no Cerrado a noite...

No arraial todos procuram
João e Maria
É hora da quadrilha
Sumiram, não estão em lugar algum...
Nas moitas, os vagalumes
Ouvem gritos e ruídos
Diferentes e, pra ver
Que é, acendem suas luzinhas
Que tremem arrepiadas...
Não, podemos
Contar, é proibido!
Imaginem:
Ver
João e Maria
Nessa noite escura
Sem encontrar o caminho,

Entre as moitas perdidos, sem luz e sem siquer luar...
* *
Roçado é terra desbravada
onde foi feito um assentamento regular.


Brasil - Associação Internacional de Poetas
Walter de Arruda in memorian
Enviado por Walter de Arruda in memorian em 04/03/2018
Reeditado em 26/04/2018
Código do texto: T6270865
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