Sem emoções

O mundo o tornou estranho

Talvez por causa do bando

Nunca mais tomou banho

O que era de se esperar

Vidas secas e sem sentido

Esperando de pé e vazio

Esperando sem ser do rio

Alguém para uma carona te dá

Enfrenta sem medo o destino

Talvez quando fora menino

Podia sem pose chorar

Esperando até agora

Um carro, para ao hospital te levar

Sem emoções ele aguarda

No leito sem jeito desmaia

A dor tomou conta de sua alma

Pobre alma esperando para um sonho levar

Levou Deus aquele homem

Que sofreu "mals" um bocado

Do nordeste tirou o sustento

E hoje viveu como rato

Nos muros da cidade grande

O granfino esnoba o aleijado

Cercados por um mal maior

O preconceito disfarçado

Por isso digo caro leitor

Nordestino também é gente

Não é porque o cabelo é seco

Que não se "penteie" com o pente.

Caveira do sertão
Enviado por Caveira do sertão em 22/03/2018
Código do texto: T6287769
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