QUEIXA DE UM NORDESTINO

Seu moço eu vou contar

Minha história pra ocê.

Dá inté vontade de chorar

o que tenho pra li dizer.

Sou fio do nordeste,

Isso num dá pra negá.

Mais a seca terrive

me fez sair de lá.

Vim pra cidade grande

pesano em miorá,

mais aqui tudo é difici

só fiz foi piorá.

Lá sofri um bocado,

Mas o que prantava dava pra cumê.

aqui não seu moço,

Num tá dano pra viver.

É uma grande confusão,

Esse tá de Progresso,

Seu moço não acustumo não.

Quarquer dia eu regresso.

Vou vortá pro meu sertão,

Qui lá a vida é mió.

E a tá de evolução?

Fique cum ela o sinhô.