PÓS-OPERANDIS

Meu ser inerte,

corpo desnudo

e cru; metáfora

de mãos aprisionando

meus sentidos;

éter rarefeito,

na sala purificada

e gaseada.

Faca perdendo-se

na carne doente;

é gume é cabo,

ordenando

sua propensão –

o teorema,

que rasga minhas

entranhas.

Recobrar,

no meio caminho;

e a faca suga

a lâmina, que busca

a inflamação

(não sem antes

intensificar,

a anestesia).

Envolto em tubos,

regresso às

paredes simétricas;

brancas;

(e o relógio parou, ficou

a faca o gume

e o tempo ,

que lá ficou).

Cavalos desnorteados;

dir-se-ia, que

estou inválido!

Sorrisos femininos,

acodem meu corpo

(se não fosse faca,

seria relógio,

ou chumbo de bala).

Jorge Humberto

25/12/10

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 25/12/2010
Código do texto: T2691155
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