ASSIM O POEMA

Acendo mais um cigarro. Ponho-me

a escrever: no fluxo e refluxo,

das palavras. São tal qual marés vivas,

em todo o seu ímpeto, que

vão desaguar nas praias, mais acetinadas.

Bandos de gaivotas, caminham

pelas areias brancas, realçando o que

meus olhos vêem, para além

do mais, a mim previsível. Nada é o que se

parece, tudo se transforma:

e restos de barcos, nas areias quentes,

são como esqueletos, dados

ao fulgor dos ventos e das intempéries.

Por entre linhas paralelas,

discorre meu poema, entre céu e terra,

cavalos loucos, no meu peito.

E é no reverso, de meus versos, que a

poesia se torna numa realidade,

assaz palpável, quando o vento me bate de

frente, despertando-me sentidos

adormecidos. E ao longe, nas águas, é

o teu rosto, que me assalta,

como estas nuvens soltas, desenhando

figuras, pelos meus ensejos.

Jorge Humberto

23/10/11

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 23/10/2011
Código do texto: T3293560
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.