Coisas

Coisas que penso em escrever e esqueço

Coisas que reinvento desde o começo

Coisas que ficam guardadas e depois sobressaem

Coisas que eu nem me lembrava mais

Memórias incensantes e sorridentes

Motivos distantes descomoventes

Sentimentos intocáveis

Olhares perdidos

Posso me ver

Sozinha neste abrigo

Perdida, infeliz

e com razão

se essa infelicidade é o que me faz escrever então

Arrumo as malas e transformo em poesia

Sei dos teus dons, dos meus você não saberia

Se da saudade eu não os tivesse transformado em riqueza

Te dado um caderno cheio de sutilezas

Tivesse perdido, desfigurado e desmotivado

Tivesse mantido tudo num falso retrato

Antes tivesse dito a verdade

Contado a traição;

Antes eu tivesse não recebido seu perdão

Então estaria conformada e transparente

Estaria eu crente de que foi eu a errada

Foi eu a marca

Deste fim interminável

Da luz do nosso amor

Pobre, doce e árduo sonhador

Byanca Gon
Enviado por Byanca Gon em 28/12/2011
Código do texto: T3411494
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