A esperança quer se aposentar
São os mesmos e antigos demônios,
no mesmo inferno de antes
e eles não se aposentam
e eles não morrem.
Quem se aposenta é o bem
e só quem morre é artista.
Depositamos nossas esperanças nas urnas,
mas elas são falsas,
como são falsos os discursos.
Elegemos o urso
e ele surrupiou o nosso mel.
Nas próximas eleições,
vamos eleger uma piranha,
pois quem sabe assim,
ela não captura e devora
uns peixes graúdos.
É cruel a crueldade,
com perdão pela redundância,
mas tudo é redundante
e flagrante o abandono
e não muda o trono
e não muda o rei.
Vivemos num mangue
e caranguejo não tem sangue
e sem o Joaquim,
o que será de mim,
o que será de nós
e quem vai desatar os nós,
Chapolin?
sabemos muito pouco,
mas não há aquele que saiba tudo.
A toupeira na cava mais túneis.
Contratou uma empreiteira.