SALVE-SE QUEM PUDER

Meus sonhos estão cheios de teia de aranha

É a eterna e ávida locomotiva da vida

Um dia se perde outro dia se ganha

O sexo é oferta de barganha

Seus trilhos são dentes indômitos

O tempo é seu alimento

É banha derretendo em sedento deserto

E faminta vai engolindo

A gente por dentro e a céu aberto

Qual pão bolorento

Os dias estão não mais verdes que nem coentros

Cada vez mais ficando de um céu azul cinzento

O vento carmim apocalíptico

Faz a terra deglutir o sangue

Porque a normalidade não mais existe...

E tudo está se atolando no mangue

Manifestos estão infectados

Os filhos degredados de Eva

Por odiar seus irmãos de ervas

Ora são assassinos porque pecam

Possuem a luz mais tem a coagulação das trevas

Se de minhas mãos pudesse dispor

Do olor das perfumadas entranhas as transformaria em flor

Que sinto em absinto para mudar o odor da dor em pétalas de amor.

Jasper Carvalho
Enviado por Jasper Carvalho em 07/06/2014
Código do texto: T4835488
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