Pátria mãe dos filhos da morte

Vivemos desesperadamente a vida.

Corremos, trabalhamos, lutamos, para quê?

Nunca pensamos na dor infinita

Que é vê um filho morrer.

Um filho de uma mãe dedicada;

Um filho de uma pátria relaxada;

Um filho que para ser importante

Precisa ter um grande motivo para aparecer.

Aparecer na manchete do jornal,

Na página policial.

Um filho que mata

Ou um filho que morre,

Numa guerra irracional.

É uma pátria omissa.

É uma mãe que tenta sobreviver,

É uma situação sem medidas,

É um interesse de poder.

Poder de esquecer a responsabilidade.

Poder de fazer e deixar de fazer.

Poder de não dar aos filhos a tranqüilidade

De querer conquistar e de crescer.

Quem são estas crianças

Que hoje matam nosso filhos?

Que futuro, que esperança

Podemos ter nestes descontrolados indivíduos?

O homem já não é mais humano,

O homem não pode nem ser qualificado como bicho.

O homem é uma vergonha vagando

por uma pátria que não cuida de seus filhos.

Não somos iguais na dor.

Não somos iguais nas atitudes,

Mas devemos ser iguais no amor,

No respeito e na vontade

De mudar nosso destino.

Hoje vivemos em função de dinheiro,

Nada no mundo tem maior valor,

Assaltar é trabalho para os bandidos

Como encarar isso sem pavor?

Fatima Samico
Enviado por Fatima Samico em 26/01/2015
Reeditado em 26/01/2015
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