As venerandas árvores
Da praça, olham a puta
Que passa.
São como Candinhas
Na janela, tagarelas
Falando dela.
A única consolação:
Elas viverão muito tempo
Ela não.
Já o desempregado
Sentado no banco
Está enfadado
Com tudo isso.
Que o mundo se foda.
Ele não tem quem
Quem lhe faça a poda
Nem alguém que lhe pague
Pelo serviço.