A PRAIA VIROU CIDADE
Ondas de muros
Praias de tijolos,
Mares de especulações,
Horizontes de construções,
Orla de solidão,
O que era divertimento,
Por força do isolamento,
Virou solidão,
Restando as lembranças
Dos tempos de liberdade
Onde o vento corria livre
Nas praias das emoções,
Onde a única construção,
Era uma jangada perdida,
Uma fogueira aquecida
E o sono atrevido
Sem hora para acordar,
Amanhã mudar de lugar
Ir pra onde quiser,
Pois ela não tinha dono
Era de todos,
Era do povo,
Não tinha escrituras,
Só areia,
Ondas,
Marisia e luar.
Ainda bem que tive lá.
Hoje não consigo ver as ondas,
Só prédios.
Se o sertão vai virar mar
O mar virou cidade.
QUERIA QUE A PRAIA FOSSE PRAIA.