MEU SERTÃO

Saudade do meu sertão

Do cheiro da terra molhada

Do milho e do feijão

Do queijo de coalho e coalhada

Saudade da minha avó

Naquela casa tão só

Cuidando dos seus rebentos

E por mais que fossem os tormentos

Sempre ficava de pé

Saudades de minha infância

Onde não existia ganância

Só vida e muita fé

Saudade daquela serra

Onde a vista se encerra

Onde a lua nascia

Onde a onça se cria

E o viado cavalga

Como uma criatura que salta

Entre os ramos de sábia

Saudade daquele lugar

Onde um dia vivi

Do som da chuva na telha

Da vela do candeeiro em centelhas

Iluminando a noite

O sumbido do vento aos açoites

Varando a madrugada

O balançar da rede

Fazendo muita soada

Saudade da casa grande

Onde nossa família se expande

Onde a vida abundante

Se chega o tempo inteiro

Como se fosse um Juazeiro

Sombreando o universo

Não sabes da missa um terço.

Fred Coelho
Enviado por Fred Coelho em 14/07/2019
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