ESQUISITO
Esse menino anda meio esquisito
Metido dentro do tablet, ele não me diz
Da sua direção e dos seus conflitos
Entreguei-o ao imundo mundo
Mesmo dentro da sua alcova
Mesmo que ele não se mova
Sua vida, seu destino
Suas amizades
Não são crianças
São homens maus
Não são seus vizinhos
E das suas longínquas naus
Velhas raposas
Travestidas de passarinhos
Que aos poucos contaminam
Suas mentes infantis
Com estórias da carochinha
Da sua toca dos corvis
Plantando mentiras, passando vaselina
Falando coisas do mundo louco
E quem sabe daqui a pouco
Eles conseguem conquistar
Frágeis crianças, intoxicadas
Com o que o mundo pode lhes dá
Um encontro na esquina
Lá se vai mais uma menina
E se tiver um pouco de sorte
Volta pra casa, não verás à morte!