FLUXO DO AMOR

Enquanto os braços se abrem, as portas do teu coração se fecham pra mim.

Meu fluxo sanguíneo não corre nas veias com a mesma velocidade de antes.

Meus olhos percebem a dor que emana de uma tristeza tão funda que chega arde a íris e faz com que o corpo esmoreça e caia em declínio total.

Não te ter, é como se a brisa não tivesse tanta importancia na manhã de nevoa fria.

E aí... com um riso lacônico e a candura perdida de um sonho qualquer, eu debruço meu corpo, curvo-me até alcançar o chão, para que as nuvens não percebam que eu estou chorando, devido ao teu negar-me.

Por entre as estrelas que sei que habitam acima de mim, percebo que até o universo, sente a tristeza que eu sinto, é clamante a minha desilusão de estar e ficar assim tão só tão eu tão triste sem ter o teu eu pra me consolar.

São em momentos assim, que sinto que a minha alma evapora do meu ser, e deixa o meu corpo sem direção sem rumo, sem traço sem gosto, sem riso e sem você que agora partes para bem longe, tão longe onde jamais poderei te reencontrar.

O que me alegra no fundo da minha carregada e sentida alma, é que você não está presente para ver-me chorar e brotar lagrimas tão tristes que até o meu corpo se transfigura como as geleiras do Alaska que se derretem ao aproximar-se do sol escaldante que a tudo devora o Ártico polar desse meu triste e tão inóspito viver, que é o viver, sem ter a menor chance de poder demonstrar a ti, todo esse amor, que agora me devora e aflora de forma vulcânica produzindo lavas lavas e mais lavas, de enchorrantes de angustiante e infreável tristeza pela tua falta, pelo derreter desse amor ausente que derrete a minha vida transformando-a em quase nada, como se fosse poeira cósmica que se dissipa ao vento transformando o que antes era o tudo, num simplesmente e tão desprezível nada.

O amor quando morre, a sua sepultura é a angustia da saudade que jamais se aparta, da alma daquele que um dia sentiu essa força pujante que visita o corpo a mente e o coração, ao qual chamamos de amor.

CARLOS SILVA POETA CANTADOR
Enviado por CARLOS SILVA POETA CANTADOR em 30/10/2021
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