Nietzsche está morto

Deus está morto, disse Nietzsche.

Estúpido.

Ousou isso dizer,

insano idiota.

Deus está morto, e eu o matei, disse Nietzsche.

Em sua loucura morreu.

Agora ninguém mais o vê,

apenas chamam-no pelo nome.

É inútil chamá-lo ou invocá-lo,

pois ele não pode ouvir.

Seus seguidores não mais têm seu mestre.

Apenas a memória do irracional

ser que foi - loucas memórias.

Nada mais que idiotas notações insanas,

de alto teor irreverente e irrelevante.

Suas memórias de nada valem.

Sim. O que valeriam?

Elas são feitas de papel, e de nada mais.

Escritos sem vida,

e ensinos mortos em loucura.

Nietzsche chora, clama, range os dentes.

Ele isso fará hoje, ontem fez e amanhã fará.

Um amanhã para sempre, sem fim ou descanso,

pois ele está morto em morte.

O tormento será eterno, ininterrupto,

sem refutação possível ou ceticismo existente.

Não há mais os livros, tampouco os escritos.

Não há mais deboche,

pois o fogo jaz e jazerá para todo o sempre.

Nem uma gota d'água para aliviar o fogo.

Ele pereceu, e não há quem o salve.

Não, não há esperança para ele.

Não há sabedoria que o salve,

não há filosofia que o ajude.

Ele pereceu em ódio ao Criador.

Ele foi seu próprio deus

e, ironicamente, vide seu dito,

se matou.

Não há Deus, dizia Nietzsche:

não há mais Nietzsche, dizemos nós.

Deus está morto, dizia Nietzsche.

Nietzsche está morto, assim diz Deus.

Cesare Turazzi, em tudo capacitado pelo Altíssimo.

[09/05/14]

Cesare Turazzi
Enviado por Cesare Turazzi em 09/05/2014
Código do texto: T4800135
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.