A pesca

Os teus caminhos são tão difícieis meus Senhor,
Que já não sei se conseguirei chegar  até o fim.
Mas vou seguindo, em meio às dúvidas e temor,
Tendo a esperança de que estais junto a mim.

Ao Mar bravio, sem receios, me lançarei,
Pois já nas margens eu não posso mais ficar.
Com coragem, a minha rede eu jogarei,
E minha pesca ao meu Rei, vou ofertar.

Se o mar revolto naufragar o meu barquinho,
Ficarei firme sobre as águas a caminhar.
Pois Jesus Cristo não me deixará sozinho,
E me dará forças para não me afundar.

Em terra firme novamente pisarei,
E com mil glórias a meu Pai irei louvar.
Para meus irmãos sinal de Deus me tornarei,
E onde houver ódio, o amor hei de levar.

Não poderei voltar atrás, nem desistir da pescaria,
Não temerei a tempestade em alto mar.
Todos os riscos devo correr com alegria,
Pois é perdendo minha vida, que a vida hei de ganhar.