A MORTE ESTÁ NO FUNERAL

Saio do corpo...

Viajo por aí.

Chove lágrimas de sangue.

Corpo acorrentado,

Cérebro desmamado.

Guerras perdidas.

Não volto mais.

Lua de mangue.

Minh’ alma está em transe.

João está com o apocalipse...

Há muito pânico no céu.

A terra é o que interessa.

Chegou a hora do acerto final.

A morte está no funeral.

O vento vai rasgando o véu.

O sol arde e vomita em ira.

Não há mais tempo!

Ninguém pode mais reencarnar.

A luta é em vão.

O grito não está mais no jornal.

João não quer mais confissão.

Ninguém nasce, o sonho dorme.

Tudo volta ao pó.

Não há como desatar o nó.