A gente não serve a um deus imaginário

A gente não serve a um deus imaginário.

Desses que cabem em qualquer armário.

De rosto, com forma e palpável.

Não servimos a um deus criado por cabeças assustadas.

Que não sabendo explicar os fenômenos e suas causas.

Fez divindades e as acusou pelo inexplicável.

Não nos escondemos em um deus que convém.

Que a gente serve e se sente bem.

Só para não lutar as lutas que nos obrigam.

Não servimos as sandices da religião.

Onde o tal deus se faz vilão.

E quer matar quem não o segue.

Mas a gente conhece um Deus e Ele só.

Que não foi criado e nos criou do pó.

Um Deus que é espírito e verdade.

A gente conhece um Deus que sara feridas e nos chama para perto.

Que sabe a quantidade de estrelas no céu e de areias no deserto.

Um Deus em que não há nEle maldade.

A gente conhece um Deus imutável e multiforme.

Então, não venha chamá-lo de imaginário.

Só porque se revolta por não comprar o seu trabalho.

A gente decidiu amá-lo e isso basta.

O Deus criador que viu a gente e achou graça.

Já que não se importou por sermos falhos...

A gente não serve a um deus imaginário.

Não.

Lucas Rodrigues do Carmo
Enviado por Lucas Rodrigues do Carmo em 10/06/2019
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