PRECE À MÃE

O pensamento ganhou asas na canção, lágrimas deram o tom,

Não sei se foi bom, se o som era audível, mas, foi indescritível

O encontro com o Senhor, o amor derrubou o que vivia em pé,

Meu orgulho, um pedregulho num caminho que sozinho trilhei.

Não havia nada na superfície, na planície desabitada, deserto,

Bem perto de onde vivi, bebi desta fonte tantas vezes, meses,

Uma vida inteira, rabeira do tempo, ampulheta, últimos passos

Até o acerto de contas, gotas de orvalho, o carvalho, um terço.

No berço, estava ao meu lado, um chamado, milagre, vinagre,

Misturado com mirra ao final de cada combate, carinho e colo,

Rolo na cama e não entendo estar vendo tudo tão claro e caro

Como jamais poderia imaginar, um manjar, jantar, convidados.

Todo dia treze espero algo extraordinário, o ordinário da missa

E a preguiça que sempre me acompanha, me apanha distraído

Com louvores que ouço, dos quais me aposso, creio que posso

Chamar-te Mãe da Divina Providência, tenha paciência comigo.

Sérgio Sousa
Enviado por Sérgio Sousa em 24/02/2020
Reeditado em 14/04/2020
Código do texto: T6872957
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