O que estará a pagar?

Filho,

Novamente vem ele negociar,

Querendo um pouco de vento pegar.

Até quando ele vai continuar

A se destruir e se enganar?

Pai,

Deixe ele vir,

Ouçamos o que ele tem a falar.

Pode ser que venha servir,

Disposto a mudar.

Fale, ó ser mortal,

O que trazes para me enfrentar?

‘Quero controle total,

Sobre tudo o que há’.

‘Com o suor do meu rosto,

Quero mais do que me deste,

Quero dinheiro, subir de posto,

Quero além desse azul celeste’.

Mas para que queres?

Pois a tudo que veres,

Mais quer pegar!

Qual o preço a pagar?

‘Pago com que o outro tem,

Ele, da mesma forma, não vem,

Eu a tudo estou apto,

Eu a tudo me adapto’.

Mas a que preço?

Espancas a terra sem apreço,

Eliminas tudo o que te dei,

E ainda, sobre isso, quer ser rei?

‘Não importa,

No fim, esta terra estará morta,

Quero sobreviver,

Não ligo para quem viver’.

Pelo meu Filho,

Tens mais do que essa vida,

Por que continuas nesta lida,

Estando sem, no outro, pensar?

Livre és para servir e amar!

‘Sei que o outro faria igual,

Faria para mim o mesmo mal.

Não olhamos para o teu Filho,

Pois, para nós, é empecilho’.

Chegará o tempo que isso acabará,

Em que Meu Filho virá,

E não haverá nada para dar,

O que, então, estarias a pagar?

Sergio Schlender
Enviado por Sergio Schlender em 05/04/2020
Reeditado em 10/02/2021
Código do texto: T6907726
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