O Velho e a Morte

Certa vez a morte apareceu a um velho

Em um fim de tarde ensolarado

Muito ela se alegrou

Pois por muito tempo havia o procurado

O Velho em desespero

Olhando-se no espelho

Viu que seu tempo havia findado

Espere um minuto

Ele disse apavorado

Esse não é o meu fim

Já saindo apressado

Procurarei alguém

Que me fará um grande bem

E ajudará a esse velho coitado

A morte tão suspeita

deixou o homem seguir estrada

Lhe deu até o fim da noite

Sabendo que o velho não acharia nada

Dizendo: procure quem quiser

Nem mesmo homem ou mulher

Fará a morte ser frustrada

O Velho chegou até uma árvore

E fez a seguinte pergunta

Árvore tu que és grande

Ajude-me nessa labuta

Se tu és mais forte que a morte

Ajude esse homem sem sorte

A vencer a essa luta

Mesmo eu sendo grande

Não posso te ajudar

O Vento é bem mais forte

Com um sopro me tira do lugar

Pra vencer tal inimiga

Talvez só ele consiga

Então continuou a procurar

Homem clamou ao vento

Que lhe desse proteção

E o vento respondeu

Logo de prontidão

Para ajudar o homem sem sorte

Que a montanha era a mais forte

Pois suportava o mais furioso furacão

Subiu o homem o grande monte

E clamou contundente

Recebeu sua resposta

Que o deixou impaciente

Para cumprir essa missão

A água que faz a erosão

Era a mais imponente

Andou o velho homem até um riacho

E ao ver a água sorriu

Implorou ajuda outra vez

E recebeu um balde frio

Pois mesmo a água sendo forte

Perdia o seu norte

Quando o homem desvia a margem do seu rio

O velho já cabisbaixo

Retornou pela estrada

Pensando em deixar a morte

Lhe matar a fio da espada

De repente no caminho

Vê um homem com coroa de espinho

Que prometeu o livrar dessa enrascada

Falou o homem a cerca de um reino

Onde a morte não vencia

Ele mesmo lhe falou

Sobre uma cruz que está vazia

E só bastava ele aceitar

Tão simples como respirar

O sangue que da Cruz descia

A morte já o esperava

Mas ele veio confiante

Enfrentou a morte

Com um sorriso radiante

Pois alguém lhe mostrou

Que sobre a morte triunfou

Um alguém não tão distante

A morte intrigada

Ao velho perguntou

Quem é esse que afirma

Que sobre mim triunfou

O Velho falou sobre o sangue na Cruz

E que seu nome era Jesus

E com o seu sangue o comprou

A morte fugiu de medo

Pois encontrou alguém mais forte

E agora o velho olhou no espelho

E se viu com toda a sorte

Pois o Filho de Deus

Desceu no meio dos seus

Para os livrar da morte