Brinde de gesso
Palmas e olhares escondidos
Cantos e melodias vazias
Jogos e choros sofridos
Beijos e brindes perdidos
A chuva cai na janela e atropela
Meus sonhos invadidos por teu olhar
Que sufocam o pensamento de deixar acontecer
Um toque de anel, traço no papel
Verso indefinido, concordância sem sentido
Você meu Dali
Derretido nesta chuva
Que escoa em forma de musica
E penetra no meu violão
Faz nascer à partitura
De Narciso conformista com a feiúra.
Cristais quebrados
Espalhados pelo quarto
É a taça que o vento derrubou
De vinho manchou a chão
E a carta que repousava
No rígido piso gelado
Que me lembrava seu olhar
Não adianta mais
Palmas, olhares, cantos, melodias.
Se o jogo é perdido
O choro desperdiçado
Os beijos esquecidos
Os brindes solidificados.