* * * Desvestida . . .

Fostes senhor das minhas noites.

Desvestias-me entre resguardados desejos, pudor.

Desvestias-me, quente! Tanto ardor...

Doces carinhos, afagos, amor...

Cobrias-me tão carente,

Com o manto quente do teu calor.

...noites tão nossas! Calientes!

Sorvias-me no frescor de teus doudos afagos!

Embevecida nas correntes do jogo,

Enleada, nem percebí o malogro!

Altas madrugadas...mui enamorada,

Ouvia tuas tantas ternuras,

Tuas ternas juras...mui quentes!

Tantas loucuras...

Embriagava-me com os teus beijos,

Ardências dos teus muitos desejos,

Doces ternuras do brinquedo!

Deliciava-me ao calor do fogo,

Com os afagos do folguedo.

Ai!!!... açoite cruel,

Veneno lambuzado em mel.

A roupagem do Rei, meu Senhor,

Falsa era...

Era mesmo sem brilho, alvor.

Falsa era a primavera !

Mesclada era nos tons!

Ai, ai, ai! Quem me dera !

Menos falso fosse esse verão,

Falsificado em primaveras.

...sol morrente, nas tardes quentes.

Dormem a sós...sonhos calientes !

Desvestida !

Ai! Em dor, só restou desamor!

...sol morrente !

Primaveras sem flor !

Eula Vitória

13/12/13

Eula Vitória
Enviado por Eula Vitória em 27/01/2014
Reeditado em 28/01/2014
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