DO PAGADOR DE PROMESSAS…
DO PAGADOR DE PROMESSAS…
Carmo Vasconcelos
Tu nada me prometeste…
E eu nada te prometi!
De lembrar-mo não esqueceste,
do binómio não esqueci.
Que tinhas pra prometer
se nada tens para dar?...
Rio que não pode correr
não se abalança pró mar!
Promessas fazes, jamais,
nas aventuras corridas,
mas ilusões magistrais
espalhas no ar – sugeridas.
Por que haveria de supor
que tal promessa existia?...
Se te conheço… És d’amor,
uma vasilha vazia.
E por que iria prometer-te
alguma coisa, também?...
Se pra além de não querer-te,
do passado lembro bem.
Não volta às curvas da rota
quem tem dois dedos de testa,
de contrário, vira idiota
na loucura manifesta.
Se nada me prometeste
e eu nada te prometi…
Tu sem mim, nada perdeste
e eu sem ti, nada perdi!
E levas a cruz às costas,
no resgate que carece
quem induz falsas apostas
e a sorte tem que merece!
Encerra-se a peça em glória,
sem ninguém a pedir meças
aos actores desta estória
“do pagador de promessas”!
***
Lisboa/Portugal
http://www.carmovasconcelos-fenix.org