Tu, Delicadamente, Morres

Ela dormia,

Eu a observava.

O seu corpo vivia no sonho em que mergulhava,

Eu a observava.

A sua delicadeza, o seu pálido rosto,

Tão comovente desprezo.

Eu sussurro-lhe ao ouvido,

Ela abre aqueles grandes olhos.

Ela sabe o porquê de eu ali estar,

Por isso a expressão de terror.

Quando levanto a lâmina no alto do quarto

E lhe cravo no peito,

O sangue transforma a vida em morte.

E eu, com todo o cuidado,

Repouso o seu corpo na cama

E vejo a sua alma esvair-se.

Sérgio Peixoto
Enviado por Sérgio Peixoto em 11/01/2016
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