Capitu

acho que sou Capitu.

olhar de cigana oblíqua dissimulada

sempre dizia,

quando não conseguia

encarar meus olhos:

" não me olha com esse olhar".

repleta de ideias atrevidas:

" você é muito louca".

" ué, o que custa experimentar?".

audaciosa que sou,

segurando suas mãos, contava

das noites

que surgia nos sonhos.

ele nunca lembrava das suas quimeras

as minhas,

sempre foram as mais bonitas.

sempre achou que eu o trocaria

pelos devaneios:

" não confio em você! ".

mal de Capitolina encontrar Bento!

covarde.

deprecia no outro

a qualidade que não lhe tem.

ah, poema bobo...

quase escrito no reboco:

BENTO

CAPITOLINA

Victoria Mamede
Enviado por Victoria Mamede em 18/03/2016
Reeditado em 28/03/2016
Código do texto: T5577749
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