Capitu
acho que sou Capitu.
olhar de cigana oblíqua dissimulada
sempre dizia,
quando não conseguia
encarar meus olhos:
" não me olha com esse olhar".
repleta de ideias atrevidas:
" você é muito louca".
" ué, o que custa experimentar?".
audaciosa que sou,
segurando suas mãos, contava
das noites
que surgia nos sonhos.
ele nunca lembrava das suas quimeras
as minhas,
sempre foram as mais bonitas.
sempre achou que eu o trocaria
pelos devaneios:
" não confio em você! ".
mal de Capitolina encontrar Bento!
covarde.
deprecia no outro
a qualidade que não lhe tem.
ah, poema bobo...
quase escrito no reboco:
BENTO
CAPITOLINA