Tenho Infeliz o Teu Sentir
No seu amor não me sei dizer,
Dos lábios teus, que me beijam ainda.
Das tuas mãos que fazem do vento,
Um pretexto para me tocar-me a pele.
O que deveria eu pensar
De não mais te ter,
Mas de ainda comportar
A morada tua que em mim, ainda há?
E meu coração abrigou então,
De todo o mundo o mais cruel demônio.
A mais depravada ilusão
E a mais medonha cabeça à prêmio.
Como teria eu libertação,
Dos teus malditos dedos tateando
Minha alma e eternamente me laçando,
Em predestinadas orações?
Quisera eu ter aprendido antes,
Que mesmo tendo eu me livrado
Das amarras da cegueira
Dum amor irremediável,
O inferno de te sentir,
Recomeça sempre que nossas mentes
Se encontram no mesmo livro lido,
Ou na segurança da mesma cruz.
_Carolina Oliveira.