Ar
Você tem mania de complicar tudo
Dizendo as coisas mais simples.
De estilingue em punho
Dúvidas são até normais.
Foi só chegar o verão azedo
E a chuva não levou nada demais.
Vou rabiscar madeiras,
Desmanchar ciúme pra nunca mais.
Tinha só uma imagem
E vontade de conversar.
Era um desejo
E uma foto para falar.
Burilar as palavras é chato,
Relembrar o futuro é exato.
Tomar um porre de ar é normal,
Dirigir de trás pra frente é igual.
De um dia passa à esperança.
O telefone chiou, o café esfriou,
A cerveja esquentou, a torcida murchou...
E ainda tem lugar aqui.