Corpos sem alma

Sangrava aos poucos, sentia

Corroendo-se por dentro, a alma se esvaia, corpos sem vida.

Amava pelos dois, com algumas pitadas do outro que se perdia, ah, promessas, tantas, descumpridas. Era outra, no fundo, sabia

Que seu amor já se perdera, perdida

Palavras mais afiadas que a guilhotina, que deixavam marcas dolorosas, abertas feridas

Não era o ciúme, era sentir-se por cima. Quando finalmente houve mudança, ela se transformara em opressora, desatina

Se alimentando das lágrimas que naquela noite caiam, perdia sua humanidade, insaciável por dentro nada sentia, enquanto o outro chorava, ela se envaidecia

Jurara amor, mas não sabia, que não amava, apenas permanecia se alimentado da dor que provocava, fascina, deixa-o ir, (des) aprisiona,

(des) alucina, seu corpo que vaga corrompendo almas, corpos sem vida. (JHC, 26.11.17)