Vazio

A chuva escorria pela janela,

Como aquelas lágrimas contínuas

Chicoteadas por um vento implacável

Tal qual as palavras em eco infindável.

Achou que iria acabar, as horas arrastaram

E a lembrança das palavras devastavam.

Tinha a cama só para si, e no quarto...

Era como estar a beira de um abismo.

Não entendera a rapidez da mudança

E desolada como uma criança

Encolhia-se na noite fria,

Vislumbrando a vida, novamente vazia.

O terrível medo da mudança e da solidão

A frieza de seu par fazia-lhe congelar.

Havia um peso sinistro em coração

O apelo da falta iria tragar-lhe a alma.

Gisele de Andrade
Enviado por Gisele de Andrade em 15/04/2018
Código do texto: T6309660
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